Capítulo 03 – Primeiro dia de Escola de Jady

Entre noites mal dormidas, mudanças de fralda, mamadeiras, brincadeiras, carinhos e embalos assim cresceu a nossa pequenina Jady.

Jady era uma menina muito esperta, interessada por tudo o que era novidade para ela, muito brincalhona e sempre bem-disposta. Adorava um bom desafio no tabuleiro de xadrez e para isso escolhia sempre Joseph. Eu ficava pelas minhas telas de pintura.

Em conversa com Joseph, ele propunha-me abrir uma loja para vender as minhas telas e os meus livros, agora que Jady iria para a escola ficaríamos com mais tempo. Ele também mostrou vontade de retomar a sua carreira de médico.

O grande dia chegou para a Jady, fui encontra-la na cozinha, vestida e tora aperaltada a comer panquecas, eram 6h da manhã. Sentei-me ao seu lado.

BeAz – Então querida? Sei que estás nervosa mas tem calma, vais adorar conhecer outros meninos e fazer muitos amigos, vais aprender muita coisa e vais...

Jady – Hei! Mãe, tem lá calma, eu só me levantei cedo porque não quero me esquecer de nada, já preparei a minha mochila, já me vesti, sinto-me preparadíssima para enfrentar o que vier.

Confesso que fiquei pasma!

Joseph desceu e sentou-se com Jady na sala de jantar, conversavam sobre tudo menos sobre a escola.

Peguei num prato de panquecas e fui fazer-lhes companhia, conversámos e contámos piadas. Mas confesso, eu por dentro sentia-me nervosa, meu coração deu um pulo quando ouvi a buzina do autocarro da escola.

Jady deu um salto da cadeira dizendo “não precisam de me acompanhar, eu mesma vou sozinha, beijinho mãe!” Joseph, foi espreitar na porta da cozinha para confirmar se era o autocarro da escola.

“Beijinho, pai, cuidem-se! Volto mais logo”, dizia ela ao pai. Eu nem queria acreditar no à-vontade dela, tão desinibida, nunca pensei. Eu que fui uma tagarela no meu primeiro dia de aulas. Joseph só dizia “é assim mesmo que se fala, filhota!”

E assim ficámos a observar a nossa filhota que seguia sozinha para a escola. Confesso que fiquei com lágrima no olho. Era a primeira vez que se afastava de nós, sozinha, para um mundo que lhe era desconhecido.